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Quem sou eu
- Histórias de uma Contadora
- HOJE ALGUMAS FRASES ME DEFINEM: Clarice Lispector "Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda. E diz: "Era só um conto de fadas"... Mas no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida." Antoine de Saint-Exupéry. Contando Histórias e restaurando Almas."Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa
Colaboradores
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Conta a lenda que na antiga Pérsia o
Rei Shariar descobre que foi traído pela esposa, que tinha um servo por amante,
o Rei despeitado e enfurecido matou os dois. Depois, toma uma terrível decisão:
todas as noites, casar-se-ía com uma nova mulher e, na manhã seguinte,
ordenaria a sua execução, para nunca mais ser traído. Assim procede ao longo de
três anos, causando medo e lamentações em todo o Reino.
Um dia, a filha mais velha do
primeiro-ministro, a bela e astuta Sherazade, diz ao pai que tem um plano para
acabar com a barbaridade do Rei. Todavia, para aplicá-lo, necessita casar-se com
ele. Horrorizado, o pai tenta convencer a filha a desistir da ideia, mas
Sherazade estava decidida a acabar de vez com a maldição que aterrorizava a
cidade.
E assim acontece, Sherazade casa-se
com o Rei.
Terminada a breve cerimônia nupcial,
o rei conduziu a esposa a seus aposentos, mas, antes de trancar a porta, ouviu
uma ruidosa choradeira. “Oh, Majestade, deve ser minha irmãzinha, Duniazade”,
explicou a noiva. “Ela está chorando porque quer que eu lhe conte uma história,
como faço todas as noites. Já que amanhã estarei morta, peço-lhe, por favor,
que a deixe entrar para que eu a entretenha pela última vez!”
Sem esperar resposta, a jovem abriu
a porta, levou a irmã para dentro, instalou-a no tapete e começou: “Era uma vez
um mágico muito malvado...”. Furioso, Shariar se esforçou ao máximo para
impedir a narrativa; resmungou, bufou, tossiu, porém as duas irmãs o ignoraram.
Vendo que de nada adiantava sua estratégia, ele ficou quieto e se pôs a ouvir o
relato de Sherazade, meio distraído no início, profundamente interessado após
alguns instantes. A pequena Duniazade adormeceu, embalada pela voz suave da
rainha. O soberano permaneceu atento, visualizando mentalmente as cenas de
aventura e romance descritas pela esposa. De repente, no momento mais
empolgante, Sherazade silenciou. “Continue!”, Shariar ordenou. “Mas o dia está
amanhecendo, Majestade! Já ouço o carrasco afiar a espada!” “Ele que espere”,
declarou o rei. Shariar se deitou e logo dormiu profundamente. Despertou ao
anoitecer e ordenou à esposa que concluísse o relato, mas não se deu por
satisfeito. “Conte-me outra!”
Sherazade com sua voz melodiosa
começou a contar histórias de aventuras de reis, de viagens fantásticas de
heróis e de mistérios. Contava uma história após a outra, deixando o Sultão
maravilhado.
Sem que Sheramin percebesse, as
horas passaram e o sol nasceu. Sherazade interrompeu uma história na melhor
parte e disse:
- Já é de manhã, meu senhor!
O rei interessado na história,
deixou Sherazade no palácio para mais uma noite.
E assim Sherazade fez o mesmo
naquela noite, contou-lhe mais histórias e deixou a última por terminar. Sempre
alegre, ora contava um drama, ora contava uma aventura, às vezes um enigma, em
outras uma história real.
Dessa forma se passaram dias,
semanas, meses, anos. E coisas estranhas aconteceram. Sherazade engordou e de
repente recuperou seu corpo esguio. Por duas vezes ela desapareceu durante
várias noites e retornou sem dar explicação, e o rei tampouco lhe perguntou
nada.
Certa manhã ela terminou uma
história ao surgir do sol e falou: “Agora não tenho mais nada para lhe contar.
Você percebeu que estamos casados há exatamente mil e uma noites?” Um ruído lhe
chamou a atenção e, após uma breve pausa, ela prosseguiu; “Estão batendo na
porta! Deve ser o carrasco. Finalmente você pode me mandar para a morte!”.
Quem entrou nos aposentos reais foi,
porém, Duniazade, que ao longo daqueles anos se transformara numa linda jovem.
Trazia dois gêmeos nos braços, e um bebê a acompanhava, engatinhando. “Meu
amado esposo, antes de ordenar minha execução, você precisa conhecer meus
filhos”, disse Sherazade. “Aliás, nossos filhos. Pois desde que nos casamos eu
lhe dei três varões, mas você estava tão encantado com as minhas histórias que
nem percebeu nada...” Só então Shariar constatou que sua amargura desaparecera.
Olhando para as crianças, sentiu o amor lhe inundar o coração como um raio de
luz. Contemplando a esposa, descobriu que jamais poderia matá-la, pois não conseguiria
viver sem ela.
Assim, escreveu a seu irmão e lhe
propondo que se casasse com Duniazade. O casamento se realizou numa dupla
cerimônia, pois Shariar esposou Sherazade pela segunda vez, e os dois reis
reinaram felizes até o fim de seus dias.
Podemos concluir por essa história
contada por Sherazade que, "A liberdade se conquista com o exercício da
criatividade."
Observação: Entre as histórias
contadas por Sherazade ao Rei estavam "Aladim e a Lâmpada
Maravilhosa", "Simbad, o Marujo" ,"Pérsia e os Quarenta
Ladrões" e muitas outras.
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Santo Agostinho
"A morte não é nada. Apenas passei ao outro mundo.
Eu sou eu. Tu és tu. O que fomos um para o outro
ainda o somos.
Dá-me o nome que sempre me deste.
Fala-me como sempre me falaste. Não mudes o tom a um triste ou solene.
Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.
Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.
Que o meu nome se pronuncie em casa como sempre se pronunciou.
Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.
A vida continua significando o que significou: continua sendo o que era.
O cordão de união não se quebrou.
Porque eu estaria fora de teus pensamentos,
apenas porque estou fora de tua vista .
Não estou longe, somente estou do outro lado do caminho.
Já verás, tudo está bem.
Redescobrirás o meu coração, e nele redescobrirás a ternura mais pura.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
CASAMENTO É PARTILHA
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|
João Sortudo
João Sortudo
João
serviu a seu amo durante sete anos e por fim lhe disse:
- Senhor, já servi o bastante, gostaria de voltar para casa e rever minha mãe. Por isso, me dê o meu pagamento.
E o amo falou:
- Foste um bom e fiel empregado, João, terás, portanto, uma bela recompensa.
Deu-lhe, então, uma moeda de prata quase tão grande quanto a sua cabeça. João tirou o lenço do bolso, colocou nele a moeda de prata, jogou o lenço a moeda por sobre os ombros, e partiu na direção de casa. Caminhando lentamente, arrastando um pé depois do outro, avistou um homem que trotava alegre em um estupendo cavalo. –“Ah!” – exclamou João para si mesmo, - “que coisa boa é cavalgar! Lá vai ele, como se estivesse em casa sentado em sua poltrona. Não tropeça em pedras, poupa a sola dos sapatos, e segue o seu caminho, sem esforço”. O cavaleiro, isso ouvindo, retrucou:
-Mas, então, João, por que segues a pé?
-Ora – explicou o rapaz -, tenho de carregar este peso. Embora seja prata pura, é tão pesada que nem consigo manter a cabeça erguida, e os meus ombros doem tremendamente.
-O que me diz de trocarmos? – propôs o cavaleiro. – Te dou meu cavalo, e tu me dás a moeda.
- De boa vontade – assentiu João. – Mas de uma coisa te alerto, será uma tarefa cansativa carregá-la por aí.
- O cavaleiro saltou do cavalo, tomou da moeda ajudou João a montar e entregou-lhe as rédeas dizendo:
- Quando quiseres correr, estala bem forte os lábios e grita “Jip”.
- João ficou feliz da vida ao montar no cavalo, e partiu contente. Depois de um tempo achou que gostaria de ir um pouco mais rápido, então, estalou os lábios e gritou: - “Jip!”. Lá se foi o cavalo a todo galope, e , antes mesmo de João se dar conta, fora atirado ao chão e jazia estendido em uma vala da estrada. E seu cavalo? Este teria fugido se um pastor que vinha puxando por uma vaca não o tivesse segurado. João logo recobrou-se e se pôs de novo de pé. Estava terrivelmente vexado e declarou ao pastor:
- Cavalgar não é nenhuma piada quando um homem tem uma montaria como esta, que tropeça e o arremessa longe para partir-lhe o pescoço. Mas fui arremessado pela primeira e última vez. Gosto muito mais da sua vaca: pode-se caminhar à vontade atrás dela, e ainda, como troco, nos dá leite, manteiga e queijo. O que eu não faria para ter uma vaca como a tua!
- Pois bem – disse o pastor-, se gostas tanto assim dela, posso trocar minha vaca por teu cavalo.
- Feito! – declarou João, satisfeito, enquanto o pastor montava no cavalo e se ia a galope.
João prosseguiu o seu caminho tranqüilamente, puxando sua vaca, pensando em sua sorte e na bela troca que fizera. – “Se tiver uma só fatia de pão (e com certeza terei uma), poderei, quando quiser, comer o pão com minha manteiga e meu queijo; e quando tiver sede poderei ordenhar minha vaca e beber o seu leite. O que mais eu poderia desejar?” Chegando a uma estalagem, João parou, comeu todo o seu pão e usou o seu último trocado na compra de uma caneca de cerveja. Depois partiu, puxando sua vaca em direção ao vilarejo onde morava sua mãe. Mas o calor foi apertando perto do meio-dia, até que João se deparou com um enorme brejo que levaria mais de hora para ser atravessado. Sentia tanto calor e sua boca estava tão seca que sua língua parecia querer grudar no céu da boca. – “Tenho a cura para isso” –pensou. – “Chegou a hora de ordenhar minha vaca e matar minha sede”. Assim, João amarrou a vaca em um toco de árvore e aprontou o seu boné de couro para receber o leite. Mas nem um pingo conseguiu.
Enquanto tentava a sorte de maneira bem desajeitada, o animal inquieto lascou-lhe um pontapé na cabeça que o derrubou, e lá ficou ele estendido, por um bom tempo, sem sentidos. Por sorte um açougueiro passava por ali empurrando um porco em um carrinho de mão.
- O que houve contigo? – perguntou o açougueiro, ajudando o rapaz a levantar-se.
João relatou o acontecido, e o açougueiro ofereceu-lhe uma garrafa, dizendo:
-Bebe um pouco e te refresca. Mas vai logo sabendo que tua vaca nunca dará leite nenhum, é um animal já velho e agora só presta para o matadouro.
- Ai, ai – lamentou-se joão -, quem haveria de pensar? Mas se eu matá-la , para o que há de me servir? Detesto carne de vaca, não é macia o bastante. Se fosse um porco, sim, serviria para alguma coisa, ao menos poderia virar lingüiça.
-Bem – declarou o açougueiro -, para te agradar, faço a troca; te dou o porco pela vaca.
-Que os céus te abençoem essa gentileza!—exclamou João entregando a vaca ao açougueiro, enquanto tirava o porco do carrinho de mão e partia com ele pela estrada puxando-o por uma corda amarrada em sua pata.
E lá se foi, e tudo agora parecia ir bem. Tivera uns infortúnios, é verdade, mas agora fora recompensado pelos seus contratempos. A próxima pessoa que encontrou foi um camponês carregando um belo ganso branco debaixo do braço. O camponês parou o rapaz, perguntado-lhe as horas, e João falou-lhe de sua sorte e de quantos bons negócios fizera. O camponês, por sua vez, lhe confiou que levava o ganso a um batizado.
- Sente só como é pesado – mostrou-, e tem apenas oito semanas! Eu o venho tratando tão bem que quem o assar e comer vai se deliciar com sua carne e ainda retirar bastante gordura dele.
- É verdade – concordou João, pesando o animal em seus braços, - mas o meu porco não fica atrás.
- Nisso, o rosto do camponês ficou sério e ele sacudiu duvidoso a cabeça.
- Cuidado, amigo – alertou – Este teu porco pode te meter em uma enrascada. No vilarejo do qual acabo de vir, roubaram um porco do chiqueiro da fazenda. Fiquei muito amedrontado quando te vi, pensando que fosses o ladrão. Te verás em um belo aperto se te apanham com este porco. No mínimo acabas atirado no bebedor dos cavalos.
- O pobre João ficou terrivelmente assustado.
- Bom Homem – implorou -, me livra deste apuro. conheces essa região melhor do que eu, leva meu porco e me dá o teu ganso.
- Deveria ganhar algo por este favor – declarou o camponês, - contudo, já que estás em apuros, farei o que me pedes.
Pegou a corda do porco e lá se foi por uma estrada lateral, enquanto João seguia para casa livre de preocupações. – “No fim das contas” – pensou -, “fui eu quem me dei bem na troca. Terei um assado de primeira, a gordura me sustentará por uns seis meses, e ainda sobrarão estas lindas penas que porei no meu travesseiro e dormirei, com certeza, bem tranqüilo, sem me agitar. Minha mãe ficará contente!”
Ao chegar no último vilarejo, avistou um amolador de tesouras com sua roda de afiar, trabalhando e cantando:
- Senhor, já servi o bastante, gostaria de voltar para casa e rever minha mãe. Por isso, me dê o meu pagamento.
E o amo falou:
- Foste um bom e fiel empregado, João, terás, portanto, uma bela recompensa.
Deu-lhe, então, uma moeda de prata quase tão grande quanto a sua cabeça. João tirou o lenço do bolso, colocou nele a moeda de prata, jogou o lenço a moeda por sobre os ombros, e partiu na direção de casa. Caminhando lentamente, arrastando um pé depois do outro, avistou um homem que trotava alegre em um estupendo cavalo. –“Ah!” – exclamou João para si mesmo, - “que coisa boa é cavalgar! Lá vai ele, como se estivesse em casa sentado em sua poltrona. Não tropeça em pedras, poupa a sola dos sapatos, e segue o seu caminho, sem esforço”. O cavaleiro, isso ouvindo, retrucou:
-Mas, então, João, por que segues a pé?
-Ora – explicou o rapaz -, tenho de carregar este peso. Embora seja prata pura, é tão pesada que nem consigo manter a cabeça erguida, e os meus ombros doem tremendamente.
-O que me diz de trocarmos? – propôs o cavaleiro. – Te dou meu cavalo, e tu me dás a moeda.
- De boa vontade – assentiu João. – Mas de uma coisa te alerto, será uma tarefa cansativa carregá-la por aí.
- O cavaleiro saltou do cavalo, tomou da moeda ajudou João a montar e entregou-lhe as rédeas dizendo:
- Quando quiseres correr, estala bem forte os lábios e grita “Jip”.
- João ficou feliz da vida ao montar no cavalo, e partiu contente. Depois de um tempo achou que gostaria de ir um pouco mais rápido, então, estalou os lábios e gritou: - “Jip!”. Lá se foi o cavalo a todo galope, e , antes mesmo de João se dar conta, fora atirado ao chão e jazia estendido em uma vala da estrada. E seu cavalo? Este teria fugido se um pastor que vinha puxando por uma vaca não o tivesse segurado. João logo recobrou-se e se pôs de novo de pé. Estava terrivelmente vexado e declarou ao pastor:
- Cavalgar não é nenhuma piada quando um homem tem uma montaria como esta, que tropeça e o arremessa longe para partir-lhe o pescoço. Mas fui arremessado pela primeira e última vez. Gosto muito mais da sua vaca: pode-se caminhar à vontade atrás dela, e ainda, como troco, nos dá leite, manteiga e queijo. O que eu não faria para ter uma vaca como a tua!
- Pois bem – disse o pastor-, se gostas tanto assim dela, posso trocar minha vaca por teu cavalo.
- Feito! – declarou João, satisfeito, enquanto o pastor montava no cavalo e se ia a galope.
João prosseguiu o seu caminho tranqüilamente, puxando sua vaca, pensando em sua sorte e na bela troca que fizera. – “Se tiver uma só fatia de pão (e com certeza terei uma), poderei, quando quiser, comer o pão com minha manteiga e meu queijo; e quando tiver sede poderei ordenhar minha vaca e beber o seu leite. O que mais eu poderia desejar?” Chegando a uma estalagem, João parou, comeu todo o seu pão e usou o seu último trocado na compra de uma caneca de cerveja. Depois partiu, puxando sua vaca em direção ao vilarejo onde morava sua mãe. Mas o calor foi apertando perto do meio-dia, até que João se deparou com um enorme brejo que levaria mais de hora para ser atravessado. Sentia tanto calor e sua boca estava tão seca que sua língua parecia querer grudar no céu da boca. – “Tenho a cura para isso” –pensou. – “Chegou a hora de ordenhar minha vaca e matar minha sede”. Assim, João amarrou a vaca em um toco de árvore e aprontou o seu boné de couro para receber o leite. Mas nem um pingo conseguiu.
Enquanto tentava a sorte de maneira bem desajeitada, o animal inquieto lascou-lhe um pontapé na cabeça que o derrubou, e lá ficou ele estendido, por um bom tempo, sem sentidos. Por sorte um açougueiro passava por ali empurrando um porco em um carrinho de mão.
- O que houve contigo? – perguntou o açougueiro, ajudando o rapaz a levantar-se.
João relatou o acontecido, e o açougueiro ofereceu-lhe uma garrafa, dizendo:
-Bebe um pouco e te refresca. Mas vai logo sabendo que tua vaca nunca dará leite nenhum, é um animal já velho e agora só presta para o matadouro.
- Ai, ai – lamentou-se joão -, quem haveria de pensar? Mas se eu matá-la , para o que há de me servir? Detesto carne de vaca, não é macia o bastante. Se fosse um porco, sim, serviria para alguma coisa, ao menos poderia virar lingüiça.
-Bem – declarou o açougueiro -, para te agradar, faço a troca; te dou o porco pela vaca.
-Que os céus te abençoem essa gentileza!—exclamou João entregando a vaca ao açougueiro, enquanto tirava o porco do carrinho de mão e partia com ele pela estrada puxando-o por uma corda amarrada em sua pata.
E lá se foi, e tudo agora parecia ir bem. Tivera uns infortúnios, é verdade, mas agora fora recompensado pelos seus contratempos. A próxima pessoa que encontrou foi um camponês carregando um belo ganso branco debaixo do braço. O camponês parou o rapaz, perguntado-lhe as horas, e João falou-lhe de sua sorte e de quantos bons negócios fizera. O camponês, por sua vez, lhe confiou que levava o ganso a um batizado.
- Sente só como é pesado – mostrou-, e tem apenas oito semanas! Eu o venho tratando tão bem que quem o assar e comer vai se deliciar com sua carne e ainda retirar bastante gordura dele.
- É verdade – concordou João, pesando o animal em seus braços, - mas o meu porco não fica atrás.
- Nisso, o rosto do camponês ficou sério e ele sacudiu duvidoso a cabeça.
- Cuidado, amigo – alertou – Este teu porco pode te meter em uma enrascada. No vilarejo do qual acabo de vir, roubaram um porco do chiqueiro da fazenda. Fiquei muito amedrontado quando te vi, pensando que fosses o ladrão. Te verás em um belo aperto se te apanham com este porco. No mínimo acabas atirado no bebedor dos cavalos.
- O pobre João ficou terrivelmente assustado.
- Bom Homem – implorou -, me livra deste apuro. conheces essa região melhor do que eu, leva meu porco e me dá o teu ganso.
- Deveria ganhar algo por este favor – declarou o camponês, - contudo, já que estás em apuros, farei o que me pedes.
Pegou a corda do porco e lá se foi por uma estrada lateral, enquanto João seguia para casa livre de preocupações. – “No fim das contas” – pensou -, “fui eu quem me dei bem na troca. Terei um assado de primeira, a gordura me sustentará por uns seis meses, e ainda sobrarão estas lindas penas que porei no meu travesseiro e dormirei, com certeza, bem tranqüilo, sem me agitar. Minha mãe ficará contente!”
Ao chegar no último vilarejo, avistou um amolador de tesouras com sua roda de afiar, trabalhando e cantando:
Por morros e vales, alegre vou eu,
Levando boa vida; o mundo é meu.
Quem, assim folgazão como eu?
João fitou o homem por um tempo e por fim comentou:
-Deves estar bem de vida, senhor amolador, pareces tão contente com o teu ofício.
-Sim - o outro respondeu.- A minha é uma profissão de ouro. Um bom amolador, quando põe a mão no bolso, sempre encontra dinheiro. Mas, onde foi que compraste este belo ganso?
-Não o comprei. Troquei-o por um porco.
-E onde arrumaste o porco?
- Troquei-o por uma vaca.
- E a vaca?
- Troquei-a por um cavalo.
- E o cavalo?
- Troquei-o por uma moeda de prata do tamanho da minha cabeça.
- E a moeda?
-Ah, por esta dei duro durante sete longos anos!
-Tens te saído muito bem no mundo até agora - observou o amolador. – Se pelo menos pudesses encontrar dinheiro sempre que botasses a mão no bolso, estarias garantido.
- É verdade, mas como conseguiria isso?
- Deves torna-te amolador, como eu – o outro aconselhou. – Precisas apenas de uma pedra de amolar, o resto acontece por sim mesmo. Tenho aqui uma com pouco uso. Não pediria mais do que o valor do teu ganso por ela. Queres comprá-la?
- E ainda perguntas? – exclamou João. – Eu seria o homem mais feliz do mundo se tivesse dinheiro sempre que pusesse minha mão no bolso. O que mais poderia desejar? Toma lá o ganso!
- Mas cuidado-alertou o amolador, entregando-lhe uma pedra áspera e comum que estava a seu lado no chão -, esta é uma pedra especial, se lidares bem com ela, farás um prego enferrujado ficar tão afiado como uma faca.
João pegou a pedra e seguiu com o coração leve e feliz, os olhos brilhando de alegria, pensando consigo mesmo: - “Devo ter nascido com muita sorte, tudo o que preciso ou desejo me acontece”.
A este ponto, começava a sentir-se cansado, pois já viajava desde o nascer do dia. Também sentia fome, e havia gasto sua última moeda por conta de sua alegria com a vaca. Por fim, não mais conseguia ir adiante e a pedra o cansava terrivelmente. Arrastou-se até a beira de um lago para beber um pouco d`água e descansar. Colocou a pedra cuidadosamente no chão a seu lado, mas ao abaixar-se para beber, nela esbarrou, e lá se foi a pedra rolando para dentro do lago. Por um tempo, João ficou olhando a pedra afundar nas águas claras e profundas, depois, pulou de alegria e logo caiu novamente de joelhos agradecendo aos céus com lágrimas nos olhos a bondade de livrá-lo de sua única dificuldade: a feia e pesada pedra. – “Como sou feliz! – exclamou. - “Nenhum mortal jamais teve tanta sorte como eu.” Então, levantou-se com o coração leve e contente e seguiu, livre de todos os seus problemas, para a casa de sua mãe.
Um Conto dos Irmãos Grimm. Fonte: Contos de Grimm - volume 1 Irmãos Grimm/A Bela Adormecida e outras histórias.Editora L&PM
terça-feira, 25 de setembro de 2012
A Senhora e a Morte
Oscar de Melhor Curta de Animação, Prêmio Goya de Melhor Curta Animado de 2009.Também indicado para o Oscar 2011.
Uma idosa, que vive sozinha no campo, está ansiosa esperando a morte para que possa rever seu falecido marido. Quando o ceifador vem buscá-la, é salva por um médico presunçoso. Criado por Javier Recio Gracia e produzido por Kandor Graphics.
Vida Maria
O filme mostra a história do que se mais vê aqui no interior do nordeste, onde vemos crianças que tem sua infância interrompida muitas vezes para ajudar a família a sobreviver, infância essa resumida aos poucos recursos e a más condições.
A Maria que aparece no filme mostra satisfação no que faz, em apenas escrever seu primeiro nome a princípio, o momento em que sua mãe lhe chama a atenção, é tirada, não só a atenção como seu futuro de ser uma pessoa diferente que sua mãe, que não tem uma visão do futuro, querendo dar a filha a mesma criação que teve.
O objetivo do curta é mostra que devemos dar sempre mais que tivemos pros demais, para tentar construir um futuro que não tivemos, e estar sempre a procura do melhor e não se acomodar naquilo que vivemos.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
O Índio e o Lobo
O arco que o indio arma, não é arma, é sobrevivência natural.
O lugar que o indio
vive não é moradia, é natureza.
Ser indio, não é ser uma classe digna de piedade e de lamentos, é ser original, ser raiz, ser história e ser principalmente raça pura, com conceitos e modos que devem ser respeitados por quem veio depois!
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Ser indio, não é ser uma classe digna de piedade e de lamentos, é ser original, ser raiz, ser história e ser principalmente raça pura, com conceitos e modos que devem ser respeitados por quem veio depois!
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O PODER DO SILÊNCIO
O PODER DO SILÊNCIO
Índios não tem medo do Silêncio
Nós os índios, conhecemos o silêncio, não temos medo dele.
Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles não
Índios não tem medo do Silêncio
Nós os índios, conhecemos o silêncio, não temos medo dele.
Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles não
os transmitiram esse
conhecimento.
"Observa, escuta, e logo atua", nos diziam.
Esta é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes; observa os anciãos para ver como se comportam;
observa o homem branco para ver o que querem.
Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás.
Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
Com vocês, brancos e pretos, é o contrário.
Vocês aprendem falando.
Dão prêmios às crianças que falam mais na escola, em suas festas, todos tratam de falar.
No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes e chamam isso de "resolver um problema".
Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.
Precisam preencher o espaço com sons.
Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.
Vocês gostam de discutir, em sequer permitem que o outro termine uma frase.
Sempre interrompem.
Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido.
Se começas a falar, eu não vou te interromper.
Te escutarei, mas talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo, mas não vou interromper-te.
Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.
Terás dito o que preciso saber.
Não há mais nada a dizer.
Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
Deveriam pensar nas suas palavras como se fossem sementes.
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.
Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas, muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.
"OLUOLU!.......
Ir.´. Daniel Martina
www.filhosdoarquiteto.blogspot.com.br
"Observa, escuta, e logo atua", nos diziam.
Esta é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes; observa os anciãos para ver como se comportam;
observa o homem branco para ver o que querem.
Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás.
Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
Com vocês, brancos e pretos, é o contrário.
Vocês aprendem falando.
Dão prêmios às crianças que falam mais na escola, em suas festas, todos tratam de falar.
No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes e chamam isso de "resolver um problema".
Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.
Precisam preencher o espaço com sons.
Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.
Vocês gostam de discutir, em sequer permitem que o outro termine uma frase.
Sempre interrompem.
Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido.
Se começas a falar, eu não vou te interromper.
Te escutarei, mas talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo, mas não vou interromper-te.
Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.
Terás dito o que preciso saber.
Não há mais nada a dizer.
Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
Deveriam pensar nas suas palavras como se fossem sementes.
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.
Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas, muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.
"OLUOLU!.......
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012
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